Já existem centros de investigação em Portugal com cerca de 30% dos ensaios clínicos a serem propostos por investigadores e não suportados pela indústria farmacêutica. Mas são ainda casos pontuais, uma vez que a média nacional é de 8%. O Infarmed quer contribuir para que as redes se desenvolvam e estes projetos se multipliquem no País, até porque respondem a problemas que muitas vezes não são abordados pela indústria, produzem evidência e conhecimento, além de capacitarem os recursos humanos.

O presidente do Infarmed, Henrique Luz Rodrigues, defende que sejam criadas redes de investigação e alerta para a existência de competição entre centros em Portugal. “Somos demasiado pequenos para competir uns com os outros. Temos de ganhar dimensão”, alertou hoje num evento alusivo ao Dia Internacional dos Ensaios Clínicos, cujo tema foi precisamente o dos ensaios clínicos da iniciativa do investigador.

“Assim que a equipa está formada tem de estar unida e encontrar sinergias. Esse é o caminho e o Infarmed está envolvido nesta área e quer manter essa agregação. Precisamos de investigação e de gente nova no processo, que vá ganhando peso”.

Atualmente já existem centros de investigação em Portugal com grande percentagem de ensaios de iniciativa do investigador, mas há ainda um longo caminho a percorrer.

Os dados foram divulgados por Emília Monteiro, da Nova Medical School e coordenadora da PtCRIN – Rede Portuguesa de Infraestruturas para a Investigação Clínica. Apesar de haver bons exemplos, Portugal está ainda a aproximar-se da média europeia, com apenas 8% dos ensaios a ficar a cargo de investigadores. “É necessário e há espaço para melhorar”, admite, defendendo a criação de consórcios, a capacitação de recursos humanos ou a certificação das unidades.

Posted on the Infarmed website on 25 May 2016